No Angelus deste domingo, 22, o Papa Francisco inspirou a reflexão sobre as lutas vividas na Quaresma, “tempo do combate espiritual contra o espírito do mal”.
O Papa inicia falando da prova enfrentada voluntariamente por Jesus, no deserto, antes de começar sua missão messiânica. “Naqueles quarenta dias de solidão, [Jesus] enfrentou satanás ‘corpo a corpo’, desmascarou as suas tentações e o venceu. E Nele todos vencemos, mas nós devemos proteger esta vitória no nosso dia a dia”.
Segundo o pontífice, a igreja faz recordar tal mistério neste período, porque isto dá a perspectiva e o sentido deste tempo da Quaresma, que é o tempo do combate contra o espírito do mal.
“E enquanto atravessamos o deserto quaresmal, nós temos o olhar dirigido à Páscoa, que é a vitória definitiva de Jesus contra o maligno, contra o pecado e contra a morte. Eis então o significado deste primeiro Domingo da Quaresma: colocar-nos decididamente no caminho de Jesus, o caminho que conduz à vida. Olhar Jesus, o que fez Jesus e seguir com Ele”, disse o Santo Padre.
O Pontífice ressalta que este caminho de Jesus passa pelo deserto, e que “alí” é o lugar onde se pode escutar a voz de Deus e a voz do tentador. “No barulho, na confusão, isto não pode ser feito; ouve-se somente vozes superficiais. Pelo contrário, no deserto, podemos descer em profundidade onde se joga verdadeiramente o nosso destino, a vida ou a morte”, acrescenta.
O Papa observa que o deserto quaresmal ajuda todos a dizer não à mundanidade, aos ídolos, ajuda também a fazer escolhas corajosas conforme o Evangelho e a reforçar a solidariedade com os irmãos. “A presença de Jesus e do Espírito Santo na nossa vida, nos encorajam a entrarmos neste deserto”, afirma.
De acordo com o Santo Padre, “devemos entrar no deserto sem medo, porque não estamos sozinhos, estamos com Jesus, com o Pai e com o Espírito Santo e assim como foi para Jesus, é justamente o Espírito Santo que nos guia no caminho quaresmal, o mesmo Espírito descido sobre Jesus e o que nos é dado no batismo.”
A Quaresma, de acordo com o Francisco, é um tempo propício que deve levar a tomar mais consciência do quanto o Espírito Santo, recebido no Batismo, operou e pode operar nas pessoas. E, ao final do itinerário quaresmal, na Vigília Pascal, todos poderão renovar com maior consciência a aliança batismal e os compromissos que dela derivam.
O Papa, mais uma vez, reiterou a importância de conhecer as Escrituras para saber “responder às insídias do maligno”, portanto, ele [Papa] aconselha que todos tenham, seja na bolsa ou no bolso, a Palavra de Deus e que façam a leitura diária de um pequeno trecho do Evangelho.
Ao concluir, o Santo Padre pede à “Virgem Santa, modelo de docilidade ao Espírito”, que ajude as pessoas a se deixarem conduzir por Ele, que quer fazer de cada um uma nova criatura.