Não é a doutrina fria que dá alegria, mas a fé e a esperança de encontrar Jesus. É triste uma pessoa que acredita e não sabe se alegrar. Essas foram reflexões do Papa Francisco, na homilia desta quinta-feira, 26, na Casa Santa Marta.
O fio condutor da homilia papal foi a alegria de Abraão, que exulta na esperança de se tornar pai, como prometido por Deus. Abraão é idoso, assim como sua esposa Sara, mas ele acredita, abre o coração à esperança e está cheio de consolação. Jesus recorda aos doutores da lei que Abraão exultou na esperança de ver o seu dia e estava cheio de alegria.
“E isso é o que não entendiam esses doutores da lei, a alegria da promessa e da esperança; não entendiam a alegria da aliança. Não entendiam! Eles não sabiam se alegrar, porque tinham perdido o sentido da alegria que só vem da fé. O nosso pai Abraão foi capaz de se alegrar, porque tinha fé. Eles haviam perdido a fé. Eles eram doutores da lei, mas sem fé! Mais ainda: eles haviam perdido a lei, porque o centro dela é o amor a Deus e ao próximo”.
Francisco explicou ainda que os doutores da lei só tinham um sistema de doutrinas precisas e ressaltavam, a cada dia, que ninguém poderia tocá-las. Eles eram apegados às doutrinas e viviam em um mundo sem amor, sem fé e esperança, sem confiança em Deus. Por isso, não podiam se alegrar.
Talvez, observou o Papa com ironia, os doutores da lei podiam também se divertir, mas sem alegria, aliás, com medo. “Esta é a vida sem fé em Deus, sem confiança e esperança n’Ele. Os seus corações estavam petrificados”. E é triste, destacou Francisco, ser um fiel sem alegria; não existe alegria quando não existe fé nem esperança, quando não existe a lei, mas somente prescrições, a doutrina fria.
“A alegria da fé e do Evangelho são o alicerce da fé de uma pessoa. Sem ela, a pessoa não é um verdadeiro fiel. Voltemos para casa, mas, antes, façamos a celebração aqui com essas palavras de Jesus: Abraão, vosso pai, exultou na esperança de ver o meu dia. Ele o viu e ficou cheio de alegria. Peçamos ao Senhor a graça de exultar na esperança, de poder ver o dia de Jesus quando nos encontrarmos com Ele e a graça da alegria.”