O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor Jesus é o ponto culminante de todo o ano litúrgico. Por isso mesmo, vale a pena participar destes dias de suma importância para o nosso crescimento espiritual. Não é possível chegar às alegrias do Domingo da Ressurreição sem uma participação intensa nas Celebrações próprias da Missa da Ceia do Senhor, da Ação litúrgica da Sexta-feira da Paixão e da Vigília pascal.
Na tarde da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao sagrado Tríduo pascal e propõe-se comemorar aquela última Ceia na qual Jesus, “na noite em que ia ser entregue”, “tendo amado os seus que estavam no mundo”, ofereceu ao Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho, e os entregou aos Apóstolos para que os tomassem, e lhes mandou, a eles e aos seus sucessores no sacerdócio, que os oferecessem também.
Nesta Missa, fazemos, portanto, memória da instituição da Eucaristia, do sacerdócio, pelo qual se perpetua no mundo a missão e o sacrifício de Cristo, e também do mandamento do Amor com que Jesus nos amou até o fim (cf. Jo 13, 1). Como cristãos autênticos não podemos deixar de sentar com o Senhor à sua mesa na Ceia derradeira.
Na Sexta-feira Santa, neste dia em que “Cristo nossa Páscoa foi imolado (cf. 1 Cor 5, 7), os discípulos e discípulas de Jesus são convidados a contemplar e a agradecer o amor extremado de Jesus. Foi do Lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja (cf. SC, 5). Completemos em nossa vida o que falta à cruz de Jesus. No exame do amor, a prova real é a cruz.
Sábado Santo. Neste dia, a Igreja guarda o silêncio e contempla a extrema entrega do Senhor, morto e deitado no seio da sepultura. É dia dedicado para mergulharmos no mistério da morte, através da qual o Pai exprime sua comunhão total com a humanidade, sobretudo os sofredores, perseguidos e injustiçados, mediante a morte de seu Filho amado.
Vigília Pascal. Esta noite deve ser comemorada em honra do Senhor, e a Vigília que nela se celebra, em memória da Noite santa em que Cristo ressuscitou, deve considerar-se “a mãe de todas as santas vigílias” (Santo Agostinho). Pois, nela, a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, e celebra-a com os sacramentos da iniciação cristã.
A alegria de Cristo ressuscitado tome conta de nossos sentimentos e ações. Precisamos de gente que tenha feito experiência da ressurreição. Sejamos testemunhas vivas de Cristo ressuscitado. A Mãe do Ressuscitado nos acompanhe na peregrinação da fé e da esperança.
Este artigo de Dom Nelson foi publicado no “Catedral Informa”de 2008
Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André