A Mensagem do Papa Francisco para Dia Mundial das Missões 2013, a ser celebrado no próximo dia 20 de outubro, é um vigoroso apelo a que cada cristão assuma o compromisso de comunicar aos outros a alegria de conhecer Jesus Cristo. Com efeito, “conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp, 29). Assim, levar as pessoas a Jesus, ao encontro com Ele, é uma urgência inadiável em todos os recantos do mundo.
“O anúncio do Evangelho, escreve o Papa, é um dever que brota do próprio ser discípulo de Cristo e um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja” (Mensagem, n. 1). Cultivar e deixar-se abrasar pelo ardor missionário é sinal de maturidade cristã. Não podemos ficar trancados e fechados em nós mesmos; antes, pelo contrário, precisamos anunciar a Palavra de Deus, sobretudo, a quem não conhece Jesus.
Ninguém se autoexclua dessa tarefa. O Santo Padre convida os bispos, os presbíteros, os conselhos presbiterais e pastorais, cada pessoa e grupo responsável na Igreja a porem em relevo a dimensão missionária. Muitas vezes, adverte o Papa, os obstáculos à obra evangelizadora encontram-se dentro da própria comunidade eclesial. De fato, o estado de espírito frio e indiferente de muitos batizados insuficientemente evangelizados, a falta de fervor, de alegria, de coragem e de esperança, são barreiras a impedir o caminho da evangelização. Nada, porém, nos tire a ousadia e a alegria de propor aos outros o encontro vivo com Cristo ressuscitado.
Por outro lado, insiste o Papa Francisco, não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar nunca é um ato isolado, individual, privado, mas sempre eclesial” (ibidem, 3). Portanto, quando alguém, no rincão mais remoto, prega o Evangelho, ele perfaz um ato de Igreja (cf. EN, 60). Isto fortalece a missão e faz sentir a cada missionário e evangelizador que nunca está sozinho, mas é parte de um único Corpo animado pelo Espírito Santo (cf. ibidem).
Convém recordar ainda que “a missionariedade da Igreja, insiste o Papa, não é proselitismo, mas testemunho de vida que ilumina o caminho, que traz esperança e amor” (Mensagem, n. 4). Somos interpelados, outrossim, a corresponder generosamente à voz do Espírito, segundo o próprio estado de vida, bem como a apoiar a vocação missionária “ad gentes” e a ajudar as Igrejas que precisam de sacerdotes e de leigos/as para revigorar a comunidade cristã (cf. Mensagem, n. 5).
Depende de nós multiplicar os poços para os quais convidar os homens e mulheres sedentos e ali fazer com que encontrem Jesus. Sejamos oásis nos desertos da vida de quem anda à procura do encontro com Cristo. Ajudemos a fincar raízes do Evangelho onde a Palavra de Deus ainda não encontrou terra boa para produzir fruto de salvação.
A Mãe de Jesus e nossa nos acompanhe na missão de levar Cristo, como Ela o fez, a cada pessoa que encontrarmos pelas estradas da vida.
Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André