Ao longo do mês de agosto, todos os vocacionados(as) são convidados a refletir sobre a própria vocação e missão na Igreja e no mundo.
O “dia do Padre” é comemorado no primeiro domingo de agosto. Sua origem é a memória litúrgica de São João Maria Vianney, conhecido como “Cura d’Ars”, Padroeiro dos Padres, celebrada no dia 4 de agosto.
Contemplando a figura ímpar de seu Padroeiro, o Padre pode confrontar seu estilo de pastor com o ministério sacerdotal exercido pelo Cura d’ Ars. Apesar das inúmeras dificuldades e limitações, aos 29 anos de idade, ele era ordenado presbítero. Desde criança, seu sonho maior era tornar-se padre para “conquistar almas para Deus”. Essa deve ser também a motivação de fundo de todo sacerdote. À semelhança de Cristo, Bom Pastor, o Padre deve ser conhecido, estimado e admirado pelo seu zelo incansável, ardor apostólico e grande amor às ovelhas a ele confiadas.
Cura d’Ars aceitava sofrer tudo pela conversão de sua paróquia. Assim ele rezava com frequência: “Ó meu Deus, concedei-me a conversão de minha paróquia: eu aceito sofrer tudo o que Vós quiserdes, durante toda a minha vida”.
O segredo de seu generoso ardor pastoral, nosso Padroeiro buscava na conformação às exigências radicais do Evangelho, propostas por Cristo aos discípulos que enviava em missão: espírito de pobreza e desprendimento, humildade, abnegação de si mesmo, penitência voluntária e muita oração.
O ministro do Senhor deverá trazer sempre presente na memória e no coração, que não passa de um instrumento “desproporcional” para a missão. A força da mensagem reside em si mesma e não em técnicas humanas. A pregação do Padre não se apoia na persuasão da sabedoria humana, mas no poder de Deus (cf. 1 Cor 2, 4-5).
Multidões acorriam a Padre Vianney para confessar-se e se aconselhar. O que atraía as pessoas não era a curiosidade nem a fama de taumaturgo…, mas o pressentimento de ir encontrar-se com um santo, com um “homem de Deus”, como deve ser o Padre. Todas as atividades sacerdotais de Padre Vianney estavam centralizadas na Eucaristia, na catequese e no sacramento da reconciliação. Ele dizia que “o santo sacrifício da Missa e a comunhão são os dois atos mais eficazes para conseguir a transformação dos corações…”. A missa era, para ele, a grande alegria e o conforto de sua vida sacerdotal. Seu amor a Jesus eucarístico arrastava muitos paroquianos a rezar diante do Santíssimo Sacramento.
Inspirados no estilo de vida sacerdotal de seu Padroeiro, os Padres são convidados a imitá-lo, lembrados de que “sem a presença de Cristo, representado pelo presbítero, guia sacramental da comunidade, ela não seria plenamente eclesial” (São João Paulo II).
Enfim, o sacerdote é aquele que distribui a todo o Povo de Deus a vida espiritual. Ele é o ministro das ações salvíficas essenciais.
Na Igreja santa, todos os fiéis são chamados à santidade. Sacerdotes santos geram leigos e leigas santos…
Rezemos sempre pela santificação do Padre. Amemos nossos sacerdotes!
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A Você, querido Padre,
meu abraço amigo neste seu dia e minha oração constante por Você e sua missão.
Aproveito para desejar-lhe toda força e coragem nos desafios da evangelização.
Que sua preciosa vida sacerdotal seja acompanhada e protegida por Nossa Senhora, Mãe do Sumo e Eterno Sacerdote e nossa.
Votos de todo bem e de toda graça!
Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André
Santo André, 4 de agosto de 2014