Apesar da forte perseguição à religião sob o regime comunista de Mao, desde a década de 1950 o cristianismo cresceu notavelmente, e a cifra de 67 milhões de crentes é uma das mais conservadoras (estabelecida pelo Pew Research Center dos Estados Unidos em 2010) diante das estimativas de até 130 milhões. A possibilidade de que existam mais cristãos que membros do Partido Comunista é elevada, já que o grupo político registra por volta de 80 milhões de membros e a influência dos crentes na vida da China parece ser progressivamente inevitável.Para o autor do livro Jesus em Beijing, Dr. David Aikman, a provável cristianização a médio prazo da China “não significa que tenham uma maioria de pessoas cristãs, mas de 25 a 30 por cento das pessoas em posições de influência, em política, cultura e nos meios em geral”. O escritor propôs, em diálogo com a Catholic Online, que através desta situação, na qual um maior número de pessoas “aceita com entusiasmo o cristianismo como um guia em suas vidas”, pode-se esperar inclusive uma mudança na “visão de mundo dos líderes da China”.
Outros analistas destacam que as comunidades cristãs na China são muito coesas, provavelmente por causa das grandes dificuldades pelas quais passaram. “Ironicamente, a história da Igreja mostra que quanto mais se persiga politicamente, mais crentes haverão”, comentou Bob Fu, da organização China Aid. Inclusive a pretensão de um culto à personalidade do governante Mao, um “pseudo monoteísmo”, em expressão de Chan-Kei Thong, poderia ter ajudado a aceitar culturalmente a doutrina de um Deus pessoal, base fundamental da religião cristã.
Tanto a Igreja Católica e outras denominações cristãs padecem na China a instauração de associações de controle estatal da religião, com graves consequências para a liberdade religiosa. Por esta razão as cifras oficiais, que reconhecem apenas um pouco mais de 28 milhões de cristãos, correspondem aos afiliados as ditas instituições. O número de praticantes na clandestinidade ainda é difícil de avaliar, mas a elevada assistência dos crentes aos ofícios religiosos de maior importância como Natal ou Páscoa chamam a atenção da opinião pública mundial. (GPE/EPC)
Fonte: Gaudium Press