Em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano, o Papa Francisco faz questão de frisar que “ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo”. O que não deixa de ser um desafio para nós que já O conhecemos: fazer Cristo acontecer na vida das pessoas. Na verdade, “conhecer a Jesus Cristo é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp, 29). E tem mais: “transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (ibidem, 18).
O mês missionário lança um forte apelo a cada batizado, a cada fiel cristão: sair para anunciar a Boa-Nova a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, apressadamente, levando Jesus em seu coração para anunciá-lo aos outros. A alegria do Evangelho enche a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Todos os que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, da solidão, da angústia e de todo mal. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria (cf. EG, 1).
Enorme esforço para a difusão do Evangelho já foi feito. Muitos missionários e missionárias derramaram seu sangue e gastaram a sua vida a serviço da evangelização. Contudo, a ação missionária deve ser permanente. Ela não pode parar. Precisamos viver em estado permanente de missão. Portanto, nada impeça nosso ardor missionário. Ainda que nossa cultura apareça cada vez mais “laica” e secularizada, jamais podemos duvidar da presença divina em nosso trabalho apostólico, pois a força do Espírito da verdade guiará nossos passos nos caminhos da missão.
Por outro lado, não podemos ficar fechados em nós mesmos, em nossa Diocese, em nossa Paróquia, em nossa Comunidade. “A própria comunidade cristã precisa ser ela mesma anúncio, pois o mensageiro é também Mensagem” (Doc. 94, CNBB n. 76). Não devemos ter medo de sair de nós mesmos para exercer nosso serviço apostólico noutros lugares. Até porque o mandato missionário de Cristo atinge o coração da Igreja (cf. RMi, 61). Assim, o envio missionário é para o mundo inteiro, para todas as nações (cf. Mt 28, 19).
Assim sendo, como discípulos missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo” (DAp, 30). Cumpramos, então, nossa missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes. “Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho” (ibidem, nº. 31).
Queira o Senhor da messe que o espírito missionário penetre mais profundamente no coração de todos os(as) batizados(as). O exemplo dos missionários e missionárias suscite novas vocações e uma renovada consciência missionária em nossa Diocese, porquanto, cada comunidade cristã nasce missionária e é precisamente com base na coragem de evangelizar que se mede o amor dos crentes para com o Senhor.
Sentimo-nos protagonistas e corresponsáveis pela missão da Igreja? O primeiro e mais eficaz contributo, que todos podem oferecer à ação missionária, é a oração. Rezamos muito pouco. Por isso, intensifiquemos nossas orações pelas missões.
Tenhamos certeza de que Jesus Cristo, Missionário por excelência do Pai, nos acompanhe na tarefa essencial da Igreja, que é evangelizar. Ele mesmo disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).
Nossa Senhora, que marcou presença materna na Igreja nascente, nos acompanhe com solicitude de Mãe pelas estradas da evangelização.
Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André