Vem chegando de novo Aquele que está presente em todo lugar e ocupa tudo, para realizar a salvação de todos e de tudo. Ele quer encontrar a porta de nossa vida sempre aberta à sua ação redentora.
O Messias esperado é anunciado como o Príncipe da Paz. Será cantada pelos Anjos, jubilosos, na noite do Natal: “glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos que são do seu agrado!” (Lc 2, 14).
A guerra vem depressa; a paz tarda a voltar. A desavença surge do nada; o perdão demora acontecer. As espadas ainda não estão transformadas em relhas de arado (cf. Is 2, 4); os carros de assalto ainda não são tratores agrícolas; os orçamentos militares superam, de longe, os da saúde pública. Quanto a usar o progresso econômico para a paz, muito dinheiro e muita técnica são usados, ainda hoje, para as armas de morte.
A primeira guerra a ser vencida, a primeira paz a ser vivida, é a do nosso próprio coração revolto, em paz com Deus e com os semelhantes. Valiosa dádiva espiritual a ser pedida ao Príncipe da Paz.
O mistério da Encarnação, celebrado no Natal, é, essencialmente, a paz restabelecida entre Deus e a humanidade, entre o céu e a terra. É esta paz que devemos viver e transmitir à nossa volta, no concreto de nossas relações cotidianas.
Não se alcança a paz por caminhos violentos. Por isso, é preciso educar para a não violência ativa substituir a violência pela força da verdade, da justiça e do amor. A não violência ativa é essencial para quebrar a cultura da vingança e do ódio. Onde há justiça e paz não há lugar para a violência. Como é bonito o abraço da paz com a justiça (cf. Sl 85/84), o abraço da fidelidade com o amor.
Cristo é a nossa Paz verdadeira. Ele mesmo disse: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou” (Jo 14, 27). Olhemos para o Cristo. Dele aprenderemos a ser construtores de paz. A grandeza do Natal do Senhor renove em nós a vontade de sermos promotores da justiça e da paz.
A paz do Menino Deus inunde nossos corações. Com Ele presente celebraremos um Natal sereno e feliz.
Feliz e santo Natal a todos os/as Leitores/as de “A Boa Notícia”.
Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André